Os astronautas que voltaram para a Terra após um longo tempo de missão, apresentaram problemas na visão. É normal que eles tenham mal-estar após a volta, podendo ter dores de cabeça e náuseas. Mas alguns tiveram problemas para enxergar e apresentaram miopia.

Desde 2005, a Nasa tem conhecimento da síndrome da deficiência visual por pressão intracraniana, que é vista principalmente em astronautas que fizeram missões de longa duração. Ela causa o achatamento dos globos oculares, dificultando a visão à longas distâncias e pode causar a perda permanente da mesma.

Pesquisadores da Universidade de Miami, nos EUA, apontaram o que pode ser a causa dessa síndrome. As mudanças na visão estão relacionadas com o líquido cefalorraquidiano, que tem a função de amortecer o cérebro e a medula espinhal, distribuindo também nutrientes para o corpo. Ele se ajusta de acordo com as mudanças na pressão que nosso corpo sofre ao sentar e se levantar após deitar.

No espaço, o fluído cefalorraquidiano está se acumulando em locais errados do cérebro, esmagando os globos oculares dos astronautas. Os pesquisadores analisaram exames cerebrais de sete astronautas antes e após suas missões, estes passaram alguns meses na Estação Espacial Internacional. Após isso, compararam com exames de astronautas que fizeram viagens curtas. Foi constatado uma grande diferença na quantidade de líquido cefalorraquidiano. Os astronautas que passaram menos tempo no espaço possuíam menos fluído.

A descoberta da causa da síndrome ajuda os pesquisadores a encontrarem uma solução para a chegada dos próximos viajantes e se preparar para as futuras viagens a Marte, que poderão durar anos.

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