Como ensinar física para alunos surdos?
Saber como ensinar física para alunos surdos é um grande desafio para muitos docentes hoje em dia.
E boa parte desse problema se deve porque a maioria das escolas, em especial as da rede pública, não contam com recursos necessários para garantir um ensino prático eficiente dessa disciplina.
Segundo o IBGE, pelo menos 5% da população brasileira (o equivalente a 10 milhões de pessoas) é surda ou tem baixa audição. Mesmo assim, a acessibilidade dentro das salas de aula continua sendo um desafio.
Com o avanço das mídias visuais e a popularização de conteúdos, principalmente as vídeo-aulas legendadas. É possível transpor completamente a barreira da deficiência auditiva e possibilitar um aprendizado equivalente a esses alunos.
A própria física experimental, que por ser prática e permitir a visualização dos fenômenos, se torna uma grande ferramenta de ensino para os alunos surdos.
Continue lendo esse post até o final e veja mais sobre os desafios do ensino de física a alunos surdos e como superar esses obstáculos de forma prática e eficiente.
Os desafios do ensino de física a alunos surdos
O ensino de física sempre foi desafiador para muitos professores. O desafio torna-se consideravelmente maior quando se trata de ensinar estudantes com problemas auditivos. Isso porque os professores não dominam a comunicação em Libras e há baixa disponibilidade de intérpretes para esse fim.
É necessário falar também que, em geral, os interpretes de Libras não possuem conhecimento em todas as disciplinas, logo a explicação pode se tornar mais difícil. Os conceitos da física possuem termos muito específicos, que não existem na linguagem de Libras. Nessas situações o intérprete teria que soletrar tudo, que tornaria a aula muito cansativa.
O problema se encontra também no significado específico de palavras comuns, como por exemplo “repouso”, que na física significa sem movimento e no vocabulário geral significa descansar. Outro exemplo é a diferenciação correta entre os conceitos de “massa” e “peso”.
Alguns estudiosos na área de comunicação, didática e ensino de surdos já estão propondo a criação de sinais específicos para comunicar os conceitos da física, facilitando o andamento das aulas.
Dicas de como ensinar física para alunos surdos
Alguns autores têm abordado essa questão e a grande maioria concorda que a metodologia voltada para aulas práticas, apoiadas em recursos visuais adequados e o treinamento dos professores intérpretes é extremamente eficaz para ensinar alunos com deficiência auditiva.
Recursos visuais
A exploração de recursos visuais melhora muito o aprendizado, especialmente se imagens, vídeos ou animações forem acompanhados de legendas explicativas. Uma equação ou função propriamente apresentada com a legenda de suas variáveis é determinante para o entendimento.
Treinamento de professores, intérpretes e adequação da linguagem de LIBRAS
Professores e intérpretes precisam de treinamento adequado para estarem em sintonia entre si e com os alunos surdos.
O professor bem orientado sente-se seguro na preparação de suas aulas e também ajustes na forma de passar o conteúdo, conforme observa o desempenho dos alunos surdos.
O intérprete pode propor sinais novos na linguagem, auxiliados pelo professor. Isso facilita o entendimento dos conceitos e torna as aulas bem focadas e ágeis. Eliminando a necessidade de o intérprete soletrar todos os termos específicos.
Experimentos de física
Sem dúvida a realização de experimentos de física é determinante no aprendizado da física, pois permite a visualização do fenômeno. No caso dos alunos surdos devem-se acrescentar roteiros bem explicativos do passo a passo dos experimentos, para que o aluno observe enquanto o executa.
O professor também deve precaver-se nos casos em que o som é fundamental na realização do experimento.
No caso dos experimentos de acústica com uso diapasões, realiza-se a observação do fenômeno apenas com a observação do som.
Para que o experimento possa ser observado será necessário o uso de alguns acessórios, como microfone e osciloscópio. O microfone para captação do som e o osciloscópio para leitura das ondas sonoras em um display. Possibilitando dessa forma a observação visual do fenômeno.
A Inclusão no ensino
Com esses esforços é possível para os alunos surdos aprenderem no mesmo ritmo que os outros alunos, eliminando a barreira da deficiência.
A inclusão na educação certamente está evoluindo com as inovações tecnológicas na comunicação e mídias. A popularização do conhecimento na internet somado a essas tecnologias possibilitou um enorme avanço no aprendizado dos alunos com deficiência. Diminuindo as dificuldades adicionais por eles enfrentadas.
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